Era demasiada confusão. Estremecia em pensamentos que a lugar algum o levavam. Misturava vozes, não sabia as definir. Pensou em apagar as luzes e assim remediar-se no silêncio do escuro. Não havia silêncio. Já não sabia definir as sensações porque sequer sabia o que estava sentido. Tentou chorar, fez esforço, mas derreteu-se em caretas. Estava resoluto, não era confusão, era ausência. Não era mistura, era vazio. Não havia pensamentos, havia incertezas. Incertezas vãs sobre dúvidas que ainda estariam por vir, pois agora não existiam. Era isso. Inexistência. No limiar entre o ser e o não ser. Deitou-se. Tentou perder-se, partir em fuga, mas falhou esta missão também. Estava preso a si e de si não era possível fugir. Quis ser outro, quis começar de novo, quis estar num lugar desconhecido, quis conhecer outras pessoas, quis viver outras histórias. Não sabia quem era nesse instante. Saberia um dia? Prendeu-se a essa questão. Tomou rumos. Voltou a se perder várias vezes. Sobreviveu ...
Escrito em 16/09/2012

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